Conheça o projeto fotográfico “Laços de Honra – O outro lado do Exército”
Durante toda minha vida enxerguei as Forças Armadas sob a perspectiva de um olhar muito distante. Sem família ou parentes militares, tudo que eu conhecia baseava-se nas coisas que eu lia na internet e via na TV. Nunca tinha tido uma oportunidade de conhecer uma escola militar ou um quartel de perto, até outubro de 2015, quando fiz o Estágio de Correspondente de Assuntos Militares (ECAM), promovido pela Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Este estágio de curta duração, voltado para jornalistas e civis, fez com que eu tivesse, aos 18 anos, a chance de conhecer, pela primeira vez, a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx). Era ali que se dava o início da formação do oficial combatente do Exército Brasileiro.
A experiência me marcou profundamente. O tempo passou, e com ele veio a ideia de fazer um projeto – de uma mulher civil para o mundo – para mostrar como era de fato a vida de um militar. Logo, com apoio de um instrutor que tinha me dado aulas no estágio, tive uma grande realização como fotógrafa documentarista: dei início ao meu primeiro projeto fotográfico chamado “Laços de Honra – O outro lado do Exército”, o qual retrata o cotidiano e trajetória do oficial combatente do Exército Brasileiro.
O projeto Laços de Honra acompanhará a rotina da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME) – escolas que fazem parte da formação do militar.
Em fevereiro, comecei a fotografar o começo desta trajetória, na EsPCEx e na AMAN – desde o período de adaptação até a saída dos portões. Inúmeras atividades e momentos foram registrados, como os campos de longa duração, a presença dos esportes e até mesmo as situações mais corriqueiras, a exemplo das atividades físicas, da marcha para o “rancho” e das formaturas matinais. Tive que aprender a marchar, a suportar o frio e o calor, a ultrapassar diversas barreiras – presenciei situações difíceis e alegres também.
Ao documentar uma história, nós, fotógrafos, não fazemos uma fotografia sozinho – ainda mais quando falamos de retratos e dos registros da condição humana. A imagem, por sua vez, torna-se um presente. Só é possível registrar uma emoção quando o retratado a permite. Quando isso ocorre, é como se fosse uma dádiva para nós. Felizmente tenho registrado muitas emoções, vidas e momentos que serão lembrados para sempre.
Laços de Honra procura mostrar o espírito de corpo desenvolvido entre os militares – pois acima das diferenças, há um propósito que os mantém unidos – principalmente durante o período de formação.
No primeiro ano de formação de um combatente, o aluno deve estudar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas – SP, onde serão instruídos com aulas teóricas e de instrução militar. A EsPCEx, assim como a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), é uma instituição de ensino superior – ao concluírem, os cadetes se tornam bacharéis em Ciências Militares.
É na Escola Preparatória onde tudo começa – é lá que os futuros combatentes aprendem os primeiros hinos e a marchar. O primeiro ano letivo também é marcado por diversas datas importantes, a exemplo do Juramento à Bandeira e os exercícios de longa duração, realizados em campo de instrução.
Depois de concluir o primeiro ano em Campinas, os alunos ingressam como cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), localizada em Resende – RJ, onde passarão os quatros anos seguintes. A AMAN é considerada a maior academia militar da América Latina.
Durante a formação na Academia Militar, os alunos poderão escolher as armas, o quadro ou o serviço que irão atuar pelo resto de suas vidas, a exemplo das armas de Infantaria, Cavalaria, Artilharia, Engenharia e Comunicações, o Quadro de Material Bélico ou o Serviço de Intendência. Ao concluírem todos os anos da graduação, o cadete torna-se um Aspirante-a-Oficial, podendo chegar até o posto de General do Exército.
Neste ano, foi aplicado pela primeira vez o vestibular para as mulheres – foram mais de 7,7 mil inscrições para concorrer as 40 vagas destinadas ao público feminino. Elas ingressarão na EsPCEx no próximo ano e em 2021, veremos as primeiras oficiais combatentes do país.
O projeto “Laços de Honra – O outro lado do Exército” será lançado em forma de livro fotográfico, com previsão para 2020.
9 comentários
Que lindo Paula.
Parabéns pelo excelente trabalho, acabamos aprendendo um pouco também !
Muito lindo
Muito bom, Paula. Aguardo o lançamento do livro e vou p/ fila pegar o autógrafo
Parabéns minha amiga. Está tudo excelente! Muito obrigado! Tenho certeza que seu trabalho gerará excepcionais resultados, conte sempre conosco. Forte abraço
[…] a vez dos cadetes do terceiro ano da Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) iniciarem mais um estágio da Seção de Instrução Especial (SIEsp). Enquanto os outros […]
Uau, sem palavras para descrever. Queria Paula, tenho 18 anos, e este será o segundo ano de tentativa de ingressar na EsPCEx. Por todo esse tempo que já percorri em luta, sempre tento achar caminhos e postagens que possa me dar um auxilio de conhecimento, ou até mesmo de motivação. Em suas matérias, você busca não só mostrar a face de um cadete lá presente, mas sim a alma, de pessoa e do local. O melhor de tudo são suas palavras, curtas, mas tão sinceras que me fizeram derramar lágrimas. De tristeza? Nem um pouco. Obtive com teu trabalho, a gratidão pelo caminho que já fiz e que ainda farei dentro do Exército Brasileiro. Tu, me trouxe não só a grande emoção de saber que é exatamente isso que quero e pretendo fazer para o resto da minha vida. Mas sim também, um sentimento indubitável. Parabéns por sua obra, não pare nunca. AVANTE! BRASIL!
Que trabalho lindo !!! Sucesso ! Um trabalho pioneiro !
Parabéns belo trabalho.
Lindo trabalho minha filha.,.
Parabéns …..
Excelente trabalho, fotos maravilhosas e um incentivo aos jovens que querem conhecer a vida acadêmica do Oficial de Carreira do Exército Brasileiro. Uma obra histórica. Parabéns!