Uma decisão para a vida: a escolha das Armas II

Uma decisão para a vida: a escolha das Armas II

Apesar do meu projeto fotográfico Laços de Honra – O outro lado do Exército ter iniciado no ano de 2016, com a Turma “150 anos da Campanha da Tríplice Aliança” – a última composta apenas por homens, pela qual eu tenho muita consideração e refiro como se fosse a minha turma -, também tive a oportunidade de vivenciar um momento histórico para a Força Terrestre: a entrada das primeiras mulheres na linha de ensino militar bélico, ou seja, como oficiais combatentes formadas na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN).

Contudo, a história começa antes. Ainda em 2016, quando comecei a fotografar a minha turma na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), a escola ainda construía os banheiros e alojamentos que seriam utilizados por elas em 2017. Eu, assim como as primeiras instrutoras, tivemos que nos adaptar em diversas situações para permanecermos em um local que havia sido feito para formar apenas homens até então. De forma gradual, a transformação era visível aos nossos olhos: a estrutura do “lugar onde tudo começa” mudava definitivamente.

Tenho me dedicado ao projeto há mais de quatro anos e, devido a isso, me deparei com momentos peculiares. Lembro quando as primeiras provas de uniformes chegaram na escola preparatória. “Paula, o que acha desse tamanho? Como esta roupa pode ficar mais confortável para elas, na sua opinião?”, um Capitão do Corpo de Alunos perguntava informalmente. Aos poucos, as ideias que existiam no campo abstrato foram concretizadas.

Dois anos se passaram. Nesta semana, após um tempo distante da AMAN, retorno à Gloriosa para ficar. Em uma reportagem feita por mim anteriormente, acompanhei a escolha das Armas, Quadro e Serviço – um dos momentos mais decisivos da vida do militar, que acontece no segundo ano da formação na Academia. Na última terça-feira (05), foi a vez dos cadetes da Turma “Dona Rosa da Fonseca” – a primeira composta por homens e mulheres – decidirem o caminho que seguirão pelo resto da vida.

Após escolherem a Arma, Quadro ou Serviço no Teatro General Leônidas, os cadetes são recepcionados pelos cadetes do curso escolhido. Entre as opções, estão as Armas de Infantaria, Cavalaria, Engenharia, Artilharia, Comunicações, o Serviço de Intendência e o Quadro de Material Bélico. No caso do segmento feminino, apenas as duas últimas opções descritas estão disponíveis.

Confira o ensaio:

Laços de Honra – O outro lado do Exército é um projeto fotográfico que retrata a formação do oficial combatente do Exército Brasileiro. A série fotográfica contempla as quatro escolas de formação militar: a Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) e a Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME).

 

3 comentários

  1. Glória Caruso disse:

    Exemplo pro Brasil ??, nossos Jovens, saudáveis, bem preparados, cultos e PATRIOTAS PARABÉNS!

  2. SÉRGIO LUIZ BATISTA "LUPATINI" disse:

    ESSE É O NOSSO GLORIOSO EXÉRCITO BRASILEIRO AO QUAL TIVE A HONRA DE SERVIR POR EXATOS TRINTA ANOS. UM EXÉRCITO QUE NÃO OLHA A COR DE QUEM QUEIRA NELE INCORPORAR, NÃO DISTINGUE SE POBRE OU RICO, NÃO DISCRIMINA O SEXO. CABE A CADA UM QUE LÁ CHEGA SABER HONRAR A FARDA QUE VESTE E, DAR A PRÓPRIA VIDA PELA NOSSA PÁTRIA, SE NECESSÁRIO FOR !!!
    HOMENAGEIO A PAULA MARIANA COM UMA LINHA DA CANÇÃO DA INTENDÊNCIA: ” EU SOU A INTENDÊNCIA CUJA NOBRE MISSÃO É SUPRIR E TRANSPORTAR A TODA A TROPA A ASSISTÊNCIA….
    E FINALIZO: ” NA RETAGUARDA LEVO OS QUE LÁ TOMBARAM E QUE NO FRAGOR DA BATALHA SEU VALOR DEMONSTRARAM.

  3. Maria José Abrão Santos disse:

    Excelente ….

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